sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Gestão escolar voltada para a comunidade amplia aprendizagem, diz coordenadora de Cieja

 

Gestão escolar voltada para a comunidade amplia aprendizagem, diz coordenadora de Cieja

Com uma gestão baseada na articulação entre escola e comunidade, o Centro Integrado de Educação de Jovens e Adultos (Cieja) do Campo Limpo, localizado na zona sul de São Paulo (SP), tem ampliado a aprendizagem dos alunos. Segundo a coordenadora do centro, Eda Luiz, ousar para promover um ensino diferenciado, baseado na educação integral, depende do olhar do gestor da escola.

Existem 13 Ciejas na capital paulista. A estrutura, aprovada em maio de 2008 pelo Conselho Nacional de Educação, é semelhante em todos com, por exemplo, o tempo das aulas e os espaços adaptados. O que diferencia é a metodologia pedagógica, há autonomia para cada Cieja construir seu currículo escolar.

“Não podemos reproduzir a escola regular, o aluno que vai para EJA já vem de um espaço com um método ao qual ele não se adaptou, ficando excluído. Então, temos que fazer diferente. Essa ousadia depende mesmo de quem está no comando, dos gestores”, afirma Eda.

Desde 1999, o Cieja Campo Limpo optou por fazer a formação de seus educadores e trabalhar com uma metodologia pedagógica voltada para o sujeito. “Ajuda o aluno a perceber o seu valor. Ele chega muito receoso, mas depois percebe o acolhimento, que pode colocar o que pensa”, explica a coordenadora. Para ela, o pertencimento faz com que os estudantes acreditem que podem melhorar.

Eda diz que para uma gestão diferenciada é necessário ligar escola e comunidade. Para isso, primeiro é preciso entender o papel da instituição de ensino. Depois, ter a concepção de que é preciso atender a comunidade na qual a escola está. “No nosso caso, a comunidade necessitava se apropriar de espaço. Até pouco tempo, Capão Redondo era um bairro muito violento e isto tem mudado com a intervenção que temos feito junto à comunidade”, acredita.

As aulas e a comunidade

No Cieja Campo Limpo, não há divisão por séries, mas sim organização modular. Quando chegam à escola, os alunos são avaliados e direcionados para os módulos: alfabetização, pós-alfabetização, intermediário ou final. Quando eles terminam o ciclo, recebem o diploma de conclusão do ensino fundamental.

Quase 1500 alunos – dentre eles, 252 deficientes – estudam duas horas e meia, de segunda a quinta-feira. Na sexta, ocorrem oficinas com temas diversificados como o de economia solidária ou o café terapêutico, que faz atendimento aos pais das pessoas com necessidades especiais. A expectativa é de que em 2011, a Prefeitura cumpra com o prometido e passe a realizar aulas de informática, inglês e comunicação.

Aos sábados, acontecem oficinas de capoeira e hip hop, temáticas escolhidas pelos próprios alunos após uma pesquisa na escola. Para as crianças, filhos dos alunos ou de moradores locais, há aulas de ballet e recreação. Também, o Cieja é aberto à comunidade durante a semana. Os moradores podem frequentar os espaços da escola e desenvolver atividades das 7h às 22h30.

Gislene dos Santos Oliveira RA:A612FH-3

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