quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Desenhos animados: Os bons e os maus.

A influência da televisão sobre as crianças existe e não deve ser desprezada.



A influência da televisão sobre as crianças tem sido motivo de diversas discussões, sobretudo desde que a televisão passou a ocupar um lugar de destaque na vida da maioria das pessoas. Os adultos devem ter em conta que essa influência existe e que ver televisão não é uma atividade neutra, sem qualquer consequência. Os pais devem refletir sobre esta questão, procurando adequar a sua atitude perante a televisão de forma a ser o mais benéfica possível para os seus filhos. Obviamente que as crianças não podem (nem devem) ser completamente proibidas de ver televisão. No entanto, a programação a que têm acesso e o tempo que passam em frente à televisão devem ser controlados. Os pais devem saber a que programas os filhos assistem, conversar com eles acerca desses mesmos programas e discutir os assuntos mais polémicos. Se os pais acompanharem aquilo que os filhos veem, terão mais condições para questionar a influência desses programas e identificar aqueles que poderão ir contra a formação que desejam dar aos seus filhos.
Vantagens e desvantagens da TV
É, também, muito importante, que quer pais, quer filhos, tenham noção de que a televisão não é a única distração possível, sendo possível ocupar o seu tempo com outras atividades que permitam as relações sociais, a criatividade e as trocas afetivas. No entanto, a influência da televisão não é obrigatoriamente negativa. Com a televisão a criança aprende e desenvolve conhecimentos e vocabulário de uma forma muito mais rápida do que se não tivesse acesso à mesma.
A influência dos desenhos animados nas crianças
Em geral as crianças começam a ver desenhos animados aos 2 anos. A atenção das crianças é captada pelos efeitos luminosos e sonoros dos desenhos animados. O conteúdo do programa nem sempre é completamente acessível à criança, captando apenas parte do que vê. As sequências longas, as motivações e intenções das personagens são questões que não estão ainda acessíveis, sobretudo às crianças mais novas que não conseguem fazer deduções e compreender os significados implícitos da mensagem que é transmitida. Muitos desenhos animados envolvem cenas de agressividade sem que quem a pratica sofra consequências negativas. As crianças tendem a considerar que o mais forte será o que tem razão, sem acederem às mensagens mais sutis e sem compreenderem que determinadas ações serão mais justificadas do que outras. Há três possíveis efeitos negativos relativos à violência na televisão e, mais concretamente, nos desenhos animados:
  • as crianças poderão tornar-se menos sensíveis à dor e ao sofrimento dos outros (devido à transmissão de uma visão distorcida da morte, da doença ou de ferimentos graves);
  • as crianças poderão ter mais receio do mundo que as rodeia (por acreditarem que o mundo real é tão violento como o mundo a que têm acesso na televisão, adquirindo comportamentos evitativos e medo localizado ou generalizado);
  • as crianças poderão ter maior tendência a assumir comportamentos agressivos e violentos (por considerarem que é uma forma de atingirem os seus fins).
Nos desenhos animados, muitas vezes a mentira resulta em consequências positivas para o mentiroso, o que transmite a mensagem de que esse será um caminho para a obtenção de algo. O fato de não haver uma punição para o mentiroso reforça ainda mais a ideia positiva da mentira. As ações são consideradas corretas ou erradas em função de quem as realiza e não em função da própria ação, o que conduz a deturpações relativas ao raciocínio e juízo moral da criança.


Lumara Cristina Eduardo Andrade - RA: A68EDB-8    01/10/2010

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