domingo, 26 de setembro de 2010

Analfabetismo atinge um em cada cinco eleitores brasileiros

O Brasil tem atualmente cerca de 25 milhões de analfabetos e metade deste número está concentrada em menos de 10% dos municípios do país, mostrou uma pesquisa divulgada hoje pelo Ministério da Educação (MEC). Para o MEC, apesar de não serem inéditos, os dados do "Mapa do Analfabetismo" são "alarmantes". No Brasil existem 25 milhões de pessoas incapazes de ler e escrever pelo menos um bilhete simples. Levando-se em conta o conceito de "analfabeto funcional", que inclui as pessoas com menos de quatro séries de estudo concluídas, o número salta para 33 milhões.
Em apenas 19 das 5.507 cidades brasileiras o total da população freqüentou a escola por pelo menos oito anos. O estudo, realizado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), indica que aproximadamente oito milhões de analfabetos do país se concentram em 586 cidades brasileiras, com as maiores taxas aparecendo nas capitais. Só na cidade de São Paulo, campeã em números absolutos é mais de 383 mil pessoas. No Rio de Janeiro, são quase 200 mil.
O município de Jordão, no Acre, lidera a taxa de iletrados: 60,7% de seus 4,45 mil habitantes não sabem ler ou escrever. Em Guaribas, no Piauí, a cidade-piloto do programa Fome Zero, a população tem a menor média de anos escolares cursados do país - um ano e um mês.
Na ponta oposta, a cidade de São João do Oeste, em Santa Catarina, tem a menor taxa de analfabetismo, com apenas 0,9% dos 5,78 mil habitantes iletrados. Niterói, no Rio de Janeiro, aparece com a maior média de anos de estudo, 9,5, superando o mínimo de oito anos do ensino fundamental.
A concentração de analfabetos em grandes cidades, segundo o Ministério, poderia ser uma vantagem para o trabalho das equipes de alfabetizadores, devido às facilidades de transporte e infra-estrutura que não existem na zona rural, por exemplo. Mas o secretário especial para Erradicação do Analfabetismo, João Luiz de Carvalho, diz que existem controvérsias sobre esta tese. "Se por um lado São Paulo tem as facilidades que tem, por outro falta tempo e disposição para educar", afirmou Carvalho. "Nas grandes cidades ninguém tem tempo para nada".
No começo do ano, a meta determinada pelo governo era de alfabetizar 3 milhões de pessoas em 2010, com um orçamento de R$ 278 milhões. Mas convênios do MEC com municípios, Estados e organizações não-governamentais poderiam alcançar este ano até 4,2 milhões de pessoas atualmente analfabetas, se houver fundos.
As vésperas de realizar o maior processo eleitoral de sua história, em 3 de outubro, o Brasil ostenta um número nada animador de analfabetos. Segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Os números mostram que um a cada cinco brasileiros aptos a votar, um não sabe ler e nem escrever ou nunca nem sequer pisou em uma sala de aula.



Segundo a orientadora da Educação Infantil e séries iniciais do Colégio Americano, Rejane Duarte Eltz, a alfabetização é importantíssima porque abre os horizontes das pessoas. Quem é alfabetizado está preparado para conhecer o mundo e terá mais discernimento para avaliar as situações que a vida apresenta.  “Pessoas não alfabetizadas, além de ter dificuldade na hora de votar, são inseguras para escolher os candidatos, pois não possuem o poder de esclarecimento e assim se guiam pela opinião  dos outros”, explica.

A situação é alarmante, mas tem melhorado ao longo dos anos. Em 2008, 17% das cidades no país tinham a maioria de seu eleitorado composto por analfabetos. Embora ainda existam eleitores que não saibam ler e nem escrever, o Estado apresenta seu pior índice de analfabetismo em São José do Norte, com 15,16% de analfabetos.
Fonte: Pauta Social
Kathleen Baldino RA: A376BH-9

 

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