segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Pesquisa comprova importância do jornal na escola.

Acaba de sair a mais ampla pesquisa qualitativa já feita no País sobre o uso do jornal como aliado da educação. E o resultado é categórico: o texto jornalístico é uma importante ferramenta pedagógica não só para o aluno e professor, mas para a comunidade escolar e a própria família. A dobradinha revoluciona conceitos e comportamentos e pode ser considerada uma alternativa segura de investimento social.

Os dados do levantamento foram divulgados durante o Painel Jornal e Educação no 7º Congresso Brasileiro de Jornais, realizado nos dias 18 e 19 de agosto, no WTC Hotel, em São Paulo. O evento — maior conferência sobre a indústria jornalística brasileira — foi promovido pela Associação Nacional de Jornais (ANJ). O Correio Popular, um dos oito veículos da Rede Anhangüera de Comunicação (RAC), integra a ANJ.

Coube ao diretor da John Snow Brasil, Miguel Fontes, a apresentação da pesquisa no painel. A John Snow é uma consultoria com sede em Brasília dedicada a desenvolver tecnologias sociais. O levantamento, feito no primeiro semestre deste ano a pedido da ANJ, envolveu relatos e experiências de alunos, professores e gestores de programas de todo o Brasil. Representantes da comunidade atendida pelo Correio Escola, programa bem-sucedido e que atua há 16 anos na região, participaram da pesquisa, dando seu depoimento aos organizadores do estudo. Dos 137 jornais filiados à ANJ, 62 deles mantêm programas similares. A maior parte está no eixo Sudeste-Sul.

Para Fontes, o resultado da pesquisa mostra a força do programa como potencializador de ações de desenvolvimento intelectual e de integração social. Mais que isso: é notório, segundo ele, como a dobradinha jornal-educação melhora hábitos de leitura, as notas dos alunos e a assimilação de conteúdos. “O projeto tem um poder transformador e consiste num investimento social privado de retorno garantido”, ressalta, referindo-se à eficácia do programa e defendendo que empresários da comunicação em todo o País se engajem na oferta de ações similares.

O diretor da John Snow lembra também que o programa jornal-educação deve ser encarado sempre como um projeto de “responsabilidade social” e jamais como “ação filantrópica ou de marketing”.

Propagação
A coordenadora-executiva do Programa Jornal e Educação da ANJ, Cristiane Parente, destacou que a pesquisa qualitativa desenvolvida pela John Snow será enviada para os governos federal, estaduais e municipais para que eles se conscientizem da importância dos projetos. Segundo ela, os resultados comprovam as vantagens do investimento e o retorno social desse aprendizado pedagógico.

Rogério Mainardes, diretor corporativo de marketing do Grupo Positivo, de Curitiba, empresa parceira de um projeto jornal-educação desenvolvido no Paraná, aponta o caráter inovador do projeto. “É uma oportunidade extraordinária porque o jornal não entra na concorrência do livro didático e nem na do sistema de ensino”, observa. Ele vê ainda o outro lado da moeda. “A educação pode contribuir para a melhoria da qualidade do jornal”, afirma, lembrando que o programa serve de termômetro para jornalistas quando há interação entre redação e escola.

Alunos e professores do Correio Escola participam
O projeto Correio Escola, da RAC, participou da pesquisa realizada pela ANJ sobre os programas que relacionam a educação e o texto jornalístico, cujos resultados foram apresentados durante o 7º Congresso da entidade. Em junho, durante a realização do levantamento, alunos e professores beneficiados pelo programa participaram de reuniões em que, junto com outras iniciativas em seis cidades, apresentaram os benefícios que tiveram depois que os jornais começaram a ser freqüentemente usados nas salas de aula.

A professora Aydê Pereira Salla foi uma das participantes da pesquisa. Ela, que leciona na Escola Estadual Gustavo Marcondes, levou sua experiência de utilizar o jornal para ensinar matemática. “Sempre que vou trabalhar estatística com os meus alunos, uso uma notícia que possa servir de subsídio para uma pesquisa de opinião. Com isso, os estudantes se interessam mais em fazer as atividades, além de desenvolver o hábito de leitura”, explicou a professora.

Já Solange Giacomini, do Colégio Notre Dame, acredita que a participação na pesquisa foi uma oportunidade para trocar experiências e, principalmente, para firmar o jornal como ferramenta didática em todas as disciplinas. Ela é professora de inglês e o texto jornalístico serve tanto para trabalhar com tradução como para conhecer periódicos do mundo inteiro. “Há sites na internet em que é possível ler notícias e ter acesso aos jornais de outros países. Os alunos passam a ter mais interesse na leitura e melhoram o conhecimento no idioma”, ressaltou. Solange trabalha, inclusive, com a comparação de notícias e da realidade entre os países a partir de diferentes jornais.

Efeito complementar
Durante o levantamento dos dados, alunos e professores foram ouvidos separadamente para que as opiniões não fossem influenciadas. Aluna de Aydê, Thais Alice Quinalha também participou dos grupos. “O uso do jornal pelos professores torna as disciplinas mais interessantes. Só o livro didático não basta. Estudamos muito sobre a China neste ano, mas, enquanto os livros traziam informações gerais, os jornais falavam das atualidades”, afirmou a garota, que cursa a 8 série do Ensino Fundamental.

A professora Eliana Whonrath, da Escola Estadual Cristiano Volkart, também contou suas experiências durante o levantamento da ANJ. “Ao trabalhar com o jornal, a escola oferece uma oportunidade para os alunos e promove a transformação social. Muitos não podem comprar os jornais em casa, mas com o trabalho na escola, eles ganham novas perspectivas na vida por meio da leitura”, afirmou a educadora. (Fabiano Ormaneze/AAN)

Texto publicado no site http://www.cosmo.com.br/noticia/5737/2008-08-26/pesquisa-comprova-importancia-do-jornal-na-escola.html



JAQUELINE DOS SANTOS PAIVA RA:A382291

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